25 de jan. de 2009

Pedro Marcos era um rapagão de muita, mas muita pouca sorte. Jogava pra perder, perdia pra jogar.
Vale lembrar, no entanto, o bom e velho ditado... “Azar no jogo, sorte no amor”.
Vale lembrar mesmo, pois pra Pedro Marcos o amor era simplesmente impossível. Perdia na concorrência desleal entre tantos rapagões mais rapagões do que o rapagão do Pedro Marcos.
Linda e bela Honória. Que belos cabelos e que belo sorriso e que delicioso perfume e que brilho nos olhos e que pele mais macia e que boca mais sensual. Quantas qualidades. Essa é minha, pensou Pedro Marcos. O destino o fez encontrá-la, ali naquele magnífico lugar. Uma forma de arquitetura extremamente moderna, com a luz radiante do Sol a iluminar as pessoas que por ali circulavam. Poucos estavam lá, é fato, já que eram quatro da tarde. Bom pra Pedro, que pôde vislumbrar Honória por mais tempo sem a concorrência de outros olhares. No momento em que a porta automática daquela bela estrutura urbana se abriu, uma leve brisa acariciou os cabelos de Honória, que tossiu um pouco com a fumaça do biarticulado que esperava por ela.
“Entro no ônibus ou não? O destino me colocou frente a frente a essa mulher. E não posso perder essa oportunidade.”
Foi então que o destino se aproximou de Pedro Marcos e disse: “Reveja seus conceitos meu querido, não se esqueça do que eu sempre mostro a você. Você é um perdedor. Vai perder essa mulher também.” Como podia o destino ser tão duro com Pedro Marcos. Palavras de deixar qualquer um pra baixo.
“Não, Pedro Marcos. Chega de perder.”
Dessa vez, ele tinha que ir em frente! E foi no momento em que as portas já se fechavam. Segurou-as com uma das mãos fazendo esforço, tremendo, enquanto duas crianças corriam e passavam por baixo de seu braço aproveitando a oportunidade de não ter que esperar o próximo itinerário.
Atrás, o Destino ria e ria e ria. E repetia: Você é um perdedor! Um grande perdedor!Num momento desesperado, Pedro Marcos utilizou sua última arma e disse pro Destino, “olha ali...”
O Destino olhou...
Pedro pulou pra dentro do ônibus.
A porta fechou, ele correu em direção à Honória.
Quando o destino voltou os olhos à porta, Pedro já não estava mais lá. “Que bela peça ele me pregou!”


SORTE DE HOJE: Se o destino diz que você é um perdedor, pregue uma boa peça nele

2 comentários:

Cassio Ferreira disse...

Apavorou!!! Muito boa a idéia!!!

Pelo menos serve para alguma coisa a sorte do Orkut. Quero ver quando começar a saga "A pessoa que lê sua sorte está doente. Boa sorte mesmo assim" e as milhares de variações dessa!!! hauahauahuahau

Good luck!

Mariana disse...

é isso aí, tru!
dá um atraso no destino